Passa fora...

Má Oliveira

 

 

Óia aqui, ô Dona Saudade

tu é muita da MARVADA,

trate já di si tocá...

sai daqui, vai simbora

vá atormentá notro lugá.

 

Tô ficando é cansada

di tantu argumentá,

ieu queru é que o cê passa fora

mi deixe recomeçá.

 

Pare di sê impertinenti

Trati di debandá

Cum o cê a minha vorta,

como é que vô namorá?

 

bagunça minha vida tudinha

e o amô qué culpa

acusano o coitadinho

deu num mi acertá

 

ocê me ocupa a mente toda...

num tá sobrando lugá

pra botar um novo amô

e pude mi ajeitá

 

Num tem porta que se abra

com o cê coladinha assim....

Nem os pássaros lá fora

querem canta pra mim

imagine se o gavião

vai pousá no meu jardim!!

 

Inté a véia alegria

noite dessas me fofocô

disse que num fica por aqui

pois cum o cê num simpatizô

Disse que o cê é doença

credo cruz!!!

que horrô!!!

 

pare di melindre

e tratre de si mandá

num guento mais lhe aturá

o cê atrapaia tudinhu

eu queria era recomeçá...

 

Cê num mi traz quem eu quero

Pois Deus no colo botô.

Intão vai ti embora

que pra estas bandas ocê num agradô

E inda ti falo mais

o cê já me cansô

já botei tua mala no meio do corredô.

 

Desse jeito num se fecha ferida

i nem cunheço novo amô...

qué mi da licença, faz favô.

vai..

xô, xô, xô.

 

Publicado no Recanto das Letras em 09/01/2008
Código do texto: T810322