Fria!
Má Oliveira

 
anos de foice empunhada
eu apavorada...
frio na espinha ...
calada!
como se fosse eu a errada...
cujo cadáver, incontáveis vezes
 você disse saber bem como ocultar...
 
mas "Torres" ruíram teu altar
a verdade dolorosa
não deu para ocultar...
e mesmo olhos que pingam
conseguiram enxergar...
 
ainda que estalactite venha
a formar...
 
confundes fidelidade com deixar de algo fazer...
mas fidelidade é nem ao menos este algo querer...
 
até onde a inércia
é sinônimo de que tudo posso suportar?
até quando o amém,
é o que deve predominar?
 
essa tua utopia, chega a te enganar
nela os espinhos não ferem,
e letras, ao se juntarem, nem formam palavras
e se formam...
nada devem significar...
 
mas desta vez, lamento
não deu pra segurar
se meu olhar te gelou
imagine o inverno
que em mim se instalou....
 
Publicado no Recanto das Letras em 03/06/2008
Código do texto: T1017507