O sol acorda a cada manhã

LisVera

(Elizete Mancuzo Vera)

 

 

Enquanto existir a saudade, você estará vivo.

 

Não importa se anos passam-se incessantemente...

já se foram treze!

 

Tua lembrança linda fica...

guardada sem chaves...

aberta a quem quiser!

 

Às vezes pouco entendemos da morte, mas o pouco que sabemos,

é que dói...

para quem junto não parte.

 

E tantas feridas se abrem, num grotesco ensaio teatral...

sem voltas, sem retornos...

 

E assim a vida segue em frente, nos ferindo,

nos fazendo sorrir às vezes.

 

Me pergunto para que uma dor tão grande se tanta certeza

temos num próximo reencontro?

 

Ah.... passagens... passagens!

 

Em outra instância até que poderia,

 

me ocupar de sentir-me só... mas não no agora!

 

Me felicito por enfim (!!!) entender isso.

 

Mas, mesmo assim, mesmo nessa certeza triunfante,

 

me julgo no direito de ainda me sentir triste.

 

Afinal mano... são treze anos sem teu convívio,

 

são longos treze anos que se passaram e

tanta coisa tenho pra te dizer!

tanta coisa...

 

Mas, que bobagem!

Claro que de tudo sabe, bem mais do que eu com certeza.

Seja como for, aqui tem os teus,

irmãos, sobrinhos, esposa, filhos...

 

Todos que te amam incondicionalmente.

Te perdoamos por ter-nos deixado? (...)

 

A cada nova manhã, quer sombria, ensolarada,

não deixamos de pensar em você...

 

E assim como a lua perpetua no firmamento a cada noite

temos em nosso pensamento

tua imagem a nos dar forças para enfim continuar uma batalha

que é só nossa, única e intransferível.

 

Nos resta sempre a promessa de um novo dia,

e quem sabe dia destes, não façamos único (?)

 

Enquanto isso, vamos por aqui vivendo,

sem nos esquecer de que a imponente lua assim como a morte,

cede seu lugar pela madrugada porque o sol, como a vida,

sempre acorda pela manhã...

 

 

Publ. Recanto das Letras - 13/12/12 - Cód T4033963

 

mid: Filme Nosso Lar - Campo das Lembranças