Conto de Fadas!
Má Oliveira
 
Não...
De novo não...
chega dessa reapresentação...
 
Cadê aquele sapo que ia me resgatar
alguem tem uma madrasta pra me emprestar
talvez uma maçã envenenada
esquecida em algum lugar...
 
De novo não...
Mesmos erros, mesmas dores,
cicatrizes reabrindo
purgando sem perdão...
 
Quero ir na contramão
Só vivo o revés dos contos de fadas,
quem sabe assim a coisa passe a funcionar...
ler o  livro de trás pra frente,
é algo que vou tentar
 

Permita-me a inversão!
 
e a meia noite então,
um sapatinho acharei
e depois, um lobo mau, na floresta atacarei
e em fera me transformarei,
a Bella nunca mais temerei...
 
Minhas tranças arrancadas,
acabou sua escada!!!
 
Gepeto então,
um nariz de madeira criará
e a cada verdade contada
um pouco de um menino crescerá...
 
neste dia enfim,
uma vilã surgirá em mim!!!
 
os vilões vencem o tempo inteiro...
os mocinhos só no fim...
quase quando a tela se apaga
e ninguem sabe se continua assim...
 
E então...
o dedo "dele" espetarei
quem sabe com isso o acordarei...
 
Um surpreendente final terei,
no ultimo capítulo,
finalmente verdades encontrarei...
 
Nada de garganta miuda
nem engolir lágrimas como punição
sem aquele olhar perdidinho no chão...
 
Sentimentos conhecidos
nunca mais invadirão o coração
e na cena final nada de "felizes para sempre",
festas de casamento...
 
na tela,
the end aparecendo...
ao fundo,
tranquilidade no meu olhar,
e a platéia sorrindo sairá,
no primeiro conto de fadas que não
foi escrito pra fazer chorar...
 
 

Formatação Clau Dutra

Publ. Recanto das Letras - 11/06/10- Cód Texto 2314630