Dedicado à amiga Clélinha

e sua linda estória de amor.

 

Primeira formatação da Clau Dutra


 

 

 

 

Enfim Maria

Má Oliveira

 

 

Bastou um encontro leve,

quase furtivo,

com a graça do teu olhar expressivo

pra se tornar um ato repetitivo,

instintivo,

necessário.

Reação automática, fugir,

te repelir.

Me proteger.

Te agredi. Por susto...

Medo de não resistir

Instalou-se em mim

uma saudade insistente,

por vezes impertinente,

absurda!!

Teu jeito moleque

encravado em mim.

 

Meu peito inflado

por uma saudade inconveniente.

Exigente.

Fazendo sofrer.

Eu, apavorada,

clamando pelo meu bom senso.

Em meu ringue interior,

uma batalha sangrenta travou-se...

Meus princípios arranhados.

Meus tabus afrontados

Meu coração

com tua imagem tatuada.

Eu ferida.

Assustada !!

Doendo demais...

Sentimento indefinido,

me encantando!!

A necessidade de ti me incomodando

 

Um desejo único me comandando

A incompreensão me freando...

O primeiro beijo...

me domando.

Tudo tão rápido, confuso...

tão bom...

Repleto de temores

Regado de tremores

Naquela madrugada

(eu) despudorada

diante da platéia de estrelas

(alucinada)

aceitei a mutação.

 

A lua nossa cúmplice,

enlaçando-nos, sorria

para assim formarmos,

fora da constelação de Órion,

as mais novas três Marias

 

 

Publicado no Recanto das Letras em 24/10/2006

Cód Texto 272530