Por favor, não vá...

Má Oliveira

 

 

 

 

Areias revoltas...

Paz onde estás?

Teu azul olhar... já sinto a chorar

Pânico me corroendo...

 

posso ver o reflexo do teu dourado,

no deserto,

refletindo ao luar

 

E no frio da noite, só me resta orar,

controlando meus soluços

que meu peito apertam 

e de vermelho o tinge

 

Não consigo aceitar !

A compreensão me falta.

 

O que leva o homem ao outro apartar?

Se ao mesmo pai, iremos um dia retornar

e tão somente à ele

contas prestar!

 

Maldita tragédia humana, nos mutila o espírito

e nossos entes amados nos arranca...

 

só me resta rezar,

pedindo ao vento irado que a areia levanta,

pra que te encubra num manto de proteção,

ofuscando dos inimigos a visão,

poupando-te de ser a futura vítima ...

 

eu não suportaria

te ver ampliar esta horrenda lista

que a guerra chama de estatística

 

Irmã de minh’alma,

Não vá...

 


Publicado no Recanto das Letras em 02/05/2007
Código do texto: T472516